Ofereci meus paradoxos,
Minhas intersecções,
Plexos e senãos!
Esculpi arestas,
Transparências abstratas,
Fendas e meandros.
Fiz versos submersos!
Engendrei palavras surdas.
Em braille, redigi da alma,
A pele.
O ser e querer.
Do adentro!
Sou de mudez e quietudes,
De bordados e sussurros.
Narro-me cuidadosa e mansa.
Timida!
Do umbigo de tudo, e das costuras
que me alinhavam,
me prendem e enredam.
Rasgo!
Escapo!
Sonho!
Encontro-me, no âmago vibrante
Dum cristal rubente!
Enfim ...
Resgatada!
1 Kommentar:
Já deu para ver que, as mais das vezes, nos oferece poesia sua, a que apõe, por norma também, imagens escolhidas.
Essas imagens não são propriamente as "minhas imagens", mas provocam em mim uma agradável estranheza. Das vezes que vou ante seu altar, perco-me nelas, o que é pecado, pois o que busco nele são antes as palavras. Mas não pecarei agora,falando só delas.
Gostei do "Sopro". Tem bom conteúdo. É uma espécie de descida aos infernos da depuração. Mais no conteúdo. Gostei muito do caminhar do fora até às portadas que anunciam o dentro, continuando o percurso adentro pela magia da palavra dita. Depois há a pausa da definição tentada do si que se encontra. Mas não resiste, e volta ao fora esgrimindo forte em defesa do dentro.E termina guardando-se em "cristal rubente".
Mas não se esqueça que o cristal que a abraça é o fora. O que não fica mal pois, nesta circunstância, o que é fora é dentro, e o que é dentro é fora.
Gostei do conteúdo.Gostei da estrutura que delineei aqui. Reparos? Claro que sim. Mais na forma. E na escolha mais demorada de uma ou outra palavra, e no corte de algumas. Mas isto não tem relevo de maior. É subjectivo meu. E isso não interessa.
Espero que não leve a mal. Mas pode sempre,e até talvez deva, excluir este comentário.
Continuarei a ir à igreja e ler, apesar de isto de igrejas e altares também não ser muito comigo.
Aceita um corriso?
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