Montag, Oktober 15, 2007

Desesperança











Ausente de mim, parti sem despedidas ansiosas ou lágrimas esquivas.
Tremeluzem nas mãos abertas, céus insossos de estrelas, repletos de vazios!
Transbordam de tempestades, os olhos, diluvio de emoções,
escoam rios, gotejando meses de exaustão.
Um agrapar improfícuo, frustrante, esperança seca, pálida!
Ramo pendente, fustigado na tormenta de sentir, vácuo de uma ilusão.
Corpo calcinado, mapa flagelado, de uma terra distante.
Devastado por equívocos!
Alongo o braço, estendo a mão e nada agarro.
Tudo escapa por entre os dedos.


Já não consigo ultrapassar a distância fatídica, entre o ser e estar.
Acomprida-se o caminho estreitando-se, sufocando o respiro.
Turvando a visão, a compreensão!
E nos limites dum querer sem eco, sem florido ou colorido, desfaleço!
Deixo-me escorregar no precipício, asas partidas, desaguando numa queda abismal, o fogo da alma que desmaia lentamente.
Sangrando a dor, profanando a vida no peito.
Aborto-me!

E dói o pensamento, a impotência de expressar o sentir!

E pensar que a solução ao desamor, seria,
Carinho!
Doar de pulsos abertos, sem urdiduras ou julgalmentos apressados.
Esperar resposta sincera a atitudes ilógicas.
Perdoar foi o lema sólido que sempre embalou as dores aguçadas que tantas vezes me rasgaram, cortando a pele, tatuando o ser.
Sinto-me esgotada, mutilada!
Cansada!

Mas não chego a lugar nenhum, neste passo impulsivo!
De querer, de poder entender!

Mas também, não quero sair desta modorra!
Fico neste canto escuro, morno, insciente do momento que já passou.
Inane ..beirando o nada, precipitando num mundo estranho, longínquo de mim.
Além alma, além dor.
Anestesiada!

Quero a aconchegar-me, as minhas memórias pelos ombros, mesmo que esfarrapadas, remendadas, são refúgios para os sentidos.
E hoje ..necessito-o!


Sonntag, Oktober 07, 2007

„Colar de ternuras“


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Se eu morrer amanhã ...
Não me lamentarei, pois a morte não temo!
Receio sim o arrastar da vida.

O sobreviver, sem sonhos, ou horizontes.
O cruzar de braços, não tentar!
O viver sem Norte.
Sem estrela guia!
Sem porto seguro, ou segura moradia!

Se eu morrer amanhã!
Não levarei comigo lágrimas
Nem desgostos, desilusões ou esforços.

Tudo deixo na terra, aprofundado,
junto ao corpo, semeado.
O desprezo nos teus olhos,
O silêncio acurralado,
E as palavras caladas.
Inconstantes!


(Antes da chuva chegar:
Hão-de florescer,nos teus lábios;
lindos e brancos Lótus
Iluminando teu escurecer.)


Levarei no meu peito, da partida a saudade.
O coração descerrado, o perdão, o desculpado.
Do amar imensurável,
Do sentir sempre alado!
O desejo, o respeito ...
Da luta pelo exacto!

Por valores sempre mais altos!

Se eu morrer amanhã ...
Cicatrices, purpurarão as madrugadas,
Em bordados transparentes.
Frágeis auroras, aveludadas,
De maresias prateadas,
Fios de uma lua ausente!


E se eu morrer amanhã!!
No pescoço, a adornar, quero levar,
O colar!
O de fogo, o do altar.
Com ele o seio proteger e abrigar,
O arcano indecifrável.
De te amar!

Samstag, Oktober 06, 2007

Indulto







Porque a vida, tanta em mim, é tua!
No corpo um desassossego,
Um pronúncio de chuvas,
De asas novas.
Um inundar de sentir.
Extravaso-me!
Em ti!

Tenho-te em mim
Como uma promessa transbordante.
Uma alegre embriaguez.
Reinvento-me
Aprendendo-te.

E tu ensinas-me a amar,
Sem certezas,
Sem razões.
Apenas amar-te, incondicional!
Nua!
Tua!

Seguro-te na mão,
Entrego-me morna, fêmea.
E no faminto tempo ...
Visto-me das memórias,
Acalento a espera
Do teu beijo no silêncio do vento.

Espero-te!
De braços fecundos de horas e dias
Que serão só nossos.
Com alma prenhe de um Amor maior.