Samstag, Oktober 30, 2004

Silenciosamente

...

Choram as palavras nos meus dedos,

como se eles fossem rios,
desaguando em mares profundos e desconhecidos.

Desilusão, dor, mágoa ...e um silêncio imenso.
Só ...dizes! Não ...

Sós estão os que não conhecem nem sentem a ternura,
o carinho, a confiança.

Sós, estão os que os valores materiais falam mais alto.
Sós ...estão os humanos ;
...aqueles que de humanos nada têm.

Não! Eu não estou só!

Continuo estranhamente dentro de mim ...
Cobando sonhos e esperânças.

Não!
A essência não morre, não a matam ...
Adormece apenas e sómente.



Passeio-me neste local, onde tantas vezes me pergunto:
"-Valeu a pena!?"

Sim ...valeu, pelos sonhos que criei, pelas ilusões que vivi.
Valeu a pena conhecer um sentir maior.

...

Anda ...
Vem passear-te aqui;
...dentro de mim.

Caminha até ao fim dos meus caminhos,
dos meus medos,
do meu Eu.
Fixa teu olhar dentro dos meus olhos.
E fala!
Fala ... mesmo que doa em mim ou no mais profundo de ti.
Não, não penses em palavras bonitas de usar.
Não preciso delas, a não serem escritas ...

Olha-me!
Escuta o meu mundo ...

Escuta a nudez de um sentir.
Chora, grita ...mas entende-me!

...

Afoga-me neste silêncio!
Ou então ...deixa-me morrer,
lenta e sossegadamente.

...

E morro de Amor e vácuo, assim como vivi.

Silenciosamente!










Sonntag, Oktober 24, 2004

"Sombras no Espelho"



A noite caminha sobre as paredes
Onde o fumo e o silêncio
Enlaçam as mãos.

E os dedos confundem-se, entre o das estrelas ...
e o véu que cobre a transparência de uma ponte
Acorrentando um coração!

Alguém …
Deixou voar o ar por entre os dedos!
E roubou as estrelas à noite eterna e rubra,
...apagando-a!



Pisaram os espaços
vestidos de lua,
cavando tombas de sedas suaves.

E sonhei, sonhos e pesadelos
de lágrimas puras de sol e lembranças.

Alguém …
roubou a luz e escreveu em neve gelada
sobre tempestades.

Porque ...
Alguém se afastou do caminho
que bordava os passeios do verbo Amar.

Freitag, Oktober 22, 2004

"Abraços"


Apetecia-me,
Abraçar as palavras
Na garganta caladas,
Arrancá-las,uma a uma;


E escrever…

Escrever,desenfreadamente!
Até que meus dedos
Doessem de cansaço!

Escrever no papel de parede,
No chão,nas mãos…
Descrever todo o meu mundo!

Palavras ao acaso,perdidas.
Meus medos , sentidos profundos!
Meus sonhos mais escondidos!



Palavras simples,emotivas,
Minha alma, nelas vividas!

Percorrer meu corpo cansado,
Carente de um abraço.
De palavras infinitas...
De gestos , de traços.

Em cada virgula,um espaço
Em cada ponto um afago.
E continuar…
De palavra em palavra.

Sentimentos,momentos marcantes!
Procurar as letras vincadas
De lutas travadas
A vermelho marcadas.
Pegar em tinta verde,
Corrigir os lamentos;

Passar em frente …de vida em Vida!
Abrutamente esquecer as feridas!
Retomar o ritmo…
Ouvir minha voz que grita!
A palavra minha…
O meu eu!

No frio do chão,deito meu corpo,
Sinto suas vibrações,
Seu silêncio, seu choro!
Corpo coberto de memórias
Num gesto de loucura,levanto a mão…
E rasgo, apago, queimo!
Os rascunho que fiz!
As palavras estão em mim,
Intemporáis,eternas!
Relembrando-me a escuridão,
Redando-me a luz!

As palavras !!
Sou eu,nascem de dentro,
Dos meus momentos,rebeldes,cansados!

As palavras adormecem meu espirito!
Abraço-me…
Procurando o silêncio,a paz
Serenidade em mim!



sonhadora