Mittwoch, Juni 18, 2008

(Reticências)




Parecia que para ti, eu não era invisível. Que a sensibilidade detrás do silêncio,
era palpável aos teus sentidos. Que o carinho fluía nas entrelinhas, retocadas de reticências, demasiado eloquentes.

Enganei-me!?

Continuo transparente a olhos nus. Oscilo entre a intolerância de alguns e a incompreensão de muitos. Entre a maldade de uns, e a ignorância de outros.

E então, para atenuar o pesar, existem as gavetas da memória, disfarçadas na alma. Um aconchego.
Aí jazem os sonhos que desacreditamos, as cartas amarelecidas, os sorrisos que não voltam. As ilusões que criamos.
Tudo fica lá, guardado ...suspenso e inacessível. O som das melodias partilhadas, das frases repetidas, abafadas na lonjura dos sentidos.
E um dia ...

Um dia, quando o tempo cicatrizar as feridas e as mágoas ficarem mais leves.
A gente (faz de conta que) esquece!

Montag, Juni 09, 2008

“...Em frente ao Mar”




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Olhar-me nos teus olhos,
E sentir-me nos teus braços.
Era como... voltar a casa!

Não reparei que as paredes tremiam,
Como folhas de papel.
Que ruem, desmoronando-se
a verdades mascaradas.

Não vi, não percebi, que carecia de tecto,
E que dentro... chovia!



Chão, não tinha.
Não existia!
Era mármore frio,
De altos e baixos, pedaços.
O sonho desrespeitado, profanado,
Ao acordar ..a ilusão morria!

Não era casa, nem moradia.
Era barraca esmolada de fantasia.



Mittwoch, Juni 04, 2008

“Vagueando ...”





Batem asas, as palavras
na minha boca entreaberta.
Aguardam o beijo,
que será demorado e
quente.
Agitam-se os lábios ao roçar cálido, sedente e vagaroso ...
Desperto de mim,
Num acordar sem nome nem memórias.
Em ti ...
Regresso ao inicio, ao principio de tudo.
Enternecida, renasço, todas as noites, nas tuas mãos.
Trémula de ternura,
Impregnada de Amor.
Sem pressas, espero o teu amanhecer,
O desprender da tua essência.
Que soltará o verbo,
Num sublime alvorecer,
Desabrochando a consciência de nós!