Sonntag, April 05, 2009

“... na ponta dos dedos”






Prostam-se na janela, silenciosas, minhas esperas.
Tecem fios esperançados de mil Primaveras.
Mimetizando lembranças que envelhecem à distância
E quase sempre, adormece-me a pele ...
Lacrimejante, na noite velha.

E não se cansa esta saudade,
Assim, mansamente de mais querer-te ...
E, chover-me em caricias no mar do teu olhar.




Outrora ...saciei minha sede de poesia.
Mergulhei-me palavra no céu da tua boca.
E incandescente de dizeres,
Tatuei-me verbo nos teus lábios.

Calaram-se as falas que me habitam,
Os beijos e os desejos.
Remansos, todos os sentires,
Descansam-se sobre o meu peito.

Na ausência dos teus dedos,
Vazias, permanecem minhas linhas.
Letras tortas, perdidas. Por dedilhar.


Reinventa-me memória.
E inteira, toma-me.
No abraço do teu sono,
Nos teus poros, diluo-me.
Sou parte de ti.



( Boa Páscoa a todos)*