Frêmito do meu corpo a procurar-te,
Febre das minhas mãos na tua pele
Que cheira a âmbar, a baunilha e a mel,
Doído anseio dos meus braços a abraçar-te,
Olhos buscando os teus por toda a parte,
Sede de beijos, amargor de fel,
Estonteante fome, áspera e cruel,
Que nada existe que a mitigue e a farte!
E vejo-te tão longe! Sinto tua alma
Junto da minha, uma lagoa calma,
A dizer-me, a cantar que não me amas…
E o meu coração que tu não sentes,
Vai boiando ao acaso das correntes,
Esquife negro sobre um mar de chamas…
(Florbela Espanca - A mensageira das violetas)
Fim de semana lindíssimo a todos
3 Kommentare:
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Florbela Espanca é um grito contante, abafado e mudo,que nos rasga o corpo, a ver se encontramos a alma que nele temos perdida.
Nota: Crescem ervas bravas nas paredes da casa onde ela viveu, em Vila Viçosa. Crescem ervas bravas neste meu país que foi.
http://www.youtube.com/watch?v=FFIhGSiAq2E&mode=related&search=
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