Ausente de mim, parti sem despedidas ansiosas ou lágrimas esquivas.
Tremeluzem nas mãos abertas, céus insossos de estrelas, repletos de vazios!
Transbordam de tempestades, os olhos, diluvio de emoções,
escoam rios, gotejando meses de exaustão.
Um agrapar improfícuo, frustrante, esperança seca, pálida!
Ramo pendente, fustigado na tormenta de sentir, vácuo de uma ilusão.
Corpo calcinado, mapa flagelado, de uma terra distante.
Devastado por equívocos!
Alongo o braço, estendo a mão e nada agarro.
Tudo escapa por entre os dedos.
Já não consigo ultrapassar a distância fatídica, entre o ser e estar.
Acomprida-se o caminho estreitando-se, sufocando o respiro.
Turvando a visão, a compreensão!
E nos limites dum querer sem eco, sem florido ou colorido, desfaleço!
Deixo-me escorregar no precipício, asas partidas, desaguando numa queda abismal, o fogo da alma que desmaia lentamente.
Sangrando a dor, profanando a vida no peito.
Aborto-me!
E dói o pensamento, a impotência de expressar o sentir!
E pensar que a solução ao desamor, seria,
Carinho!
Doar de pulsos abertos, sem urdiduras ou julgalmentos apressados.
Esperar resposta sincera a atitudes ilógicas.
Perdoar foi o lema sólido que sempre embalou as dores aguçadas que tantas vezes me rasgaram, cortando a pele, tatuando o ser.
Sinto-me esgotada, mutilada!
Cansada!
Mas não chego a lugar nenhum, neste passo impulsivo!
De querer, de poder entender!
Mas também, não quero sair desta modorra!
Fico neste canto escuro, morno, insciente do momento que já passou.
Inane ..beirando o nada, precipitando num mundo estranho, longínquo de mim.
Além alma, além dor.
Anestesiada!
Quero a aconchegar-me, as minhas memórias pelos ombros, mesmo que esfarrapadas, remendadas, são refúgios para os sentidos.
E hoje ..necessito-o!