Capturámos o tempo nas palmas das mãos,
E com as pontas dos dedos, por efémeros momentos ...
Reinventámo-nos em silêncio,
Amando-nos!
Testemunha desta íntima loucura,
A noite com manto de lua.
Cúmplice silente do elo sólido que nos liga,
Nesta e noutra vida.
Em cada um dos teus poros,
Afogueada, transvazo-me
E no teu corpo tenso, intenso,
ressumbro-me inteira,
como tórrida tempestade
numa noite de Primavera.
Essencial à minha, a tua pele.
Parte de uma só essência,
Duma existência e também,
Da nossa consciência.
Sou barco-corpo,
Em mar adentro,
Velas desfraldadas no teu vento.
Naufragamos juntos,unificados.
Soçobrando ...num poema a duas bocas.