Creio sentir-te!
E sei que não voltas!
Ocultaste-te nas sombras, e na memória
Do meu ontem.
Persistes na insensatez dum hoje,
Na burla de dias incolores, cego de fé e acalantos,
Esquecimento de momentos mil.
Inverdades!
Bruxuleia uma chama acesa, e...
Acorrenta-me o pensamento encadeado,
Espelhado nas paredes da noite.
Sombreando o que somente,
Nas horas mortas me atrevo a fantasiar.
Fundo-me com o tempo.
No Tempo que enseja Primaveras
Nos olhos floridos de vidas.
Afagada pela brisa morna, e
Nos braços cúmplices dum sonho ameno.
Adormeço.
Errático, no horizonte macilento,
Entrevejo-te.
E na certeza que amanhã, não virás.
Entrelaço letras,
Teço palavras, urdo poemas,
Adorno-os de esperanças e brilhos.
Que até ti chegarão, um dia,
Num suspiro sussurrado,
Numa canção, oração ou num fado!