skip to main |
skip to sidebar
Hoje não me apetece poesia, nem palavras bonitas e mornas.
Apetece-me guerrear, correr aos berros pelas ruas.
Erguer espadas!
Gritar!
Agarrar algumas pessoas pelos fundilhos e sacudi-las,
extrair olhos e soprar-lhes na alma.
Abrir peitos a murro,
de certos pavões-Homens, orgulhosos, egoístas e egocêntricos.
Arrancar-lhes à dentada o coração-pedra de dentro e mostrar-lhes que o viver é outra coisa.
Incutir-lhes, tatuando a fogo e sangue frio, na pele, que esta vida é de todos!
Que se vivemos hoje com tanta gente ao redor é por alguma razão.
E certamente não é para andarmos pelas ruas de olhos fechados, sentindo-nos orgulhosamente únicos!
Pedantes!
Bradar aos surdos de olhares, que vale a pena estender a mão!
Ajudar quem necessita, por vezes, apenas com um pouco do nosso tempo,
uma palavra meiga,
um simples gesto de conforto.
Que não se é menos Homem por um pouco de humildade e nobreza!
Solidariedade!
Amizade!
Sentir que vivemos e não apenas vegetamos num mundinho perfeito de faz de conta.
Esterilizado!
Organizado!
Equilibrado!
Fingindo que somos honrados, justos!
Sinceros!
Puros de alma, amigo de seus amigos.
Balelas!
Tretas!
Mentiras!
Estamos aqui de passagem!
O Amanhã pode não chegar!
E o Agora ...passou!
Basta!
Sinto-me cansada!
Alquebrada ...de confiar, de acarinhar,
de desculpar uma, outra e outra vez, quem não merece!
Não consegui conciliar o sono, dormi malissímo,
por culpa minha, apenas!
Por idiotia!
Por ser assim, tão estupidamente confiante ...em quem gosto!
Por entregar-me sem reservas, ficando à mercê da mesquinhez e pequenez de tantos!
Por deixar a raiva apoderar-se da alma, como ave de rapina, roubando-me o sossego da noite.
Hei-de arrancar-te da alma!
E no entanto, agora mais calma,
Mais eu.
Sem nenhuma contrição!
Sem pesar ou arrependimento,
de ser e sentir como sinto!
Eu!
Diferente!
Alada!
Foram teus lábios ...
Que colmaram de quietudes,
Meus momentos!
E sussurraram ao ouvido,
Que tu e eu,
Nos encontremos!
Que nos amemos nesta vida,
como em todas que já vivemos!
Foram teus beijos ...
Que despertaram a mulher que levo dentro.
Atearam fogueiras, na pele, a fogo-lento.
Reavivando, aquecendo, a paixão,
Apesar do Tempo!
Nas tuas mãos ...
Aprisionas a Memória!
Acorrentas entre teus dedos,
Todos os sonhos, esperanças e momentos.
Manchas de medo, egoismo e receio.
Quebrando as asas dum destino por viver.
Sangra de Amor
O coração da nossa história!
Por amar-te,
Livre ..deixo-te ir!
E aqui estamos, festejando mais um ano de partilha.
Três anitos!
O meu carinho a todos.
Aos silenciosos!
A quem sempre deixa um miminho
E ...a quem me inspira!
*Blessed Be*
Foi deitar cedo, como há séculos não o fazia.
De repente um cansaço pendia-lhe dos olhos ...e a alma fugia-lhe do corpo, ausente, percorrendo espaços, querendo correr para outros mundos.
Tateou olhares na penumbra de um sorriso
Que adormecia a noite num sopro de brisa frágil.
Alguém a chamava, murmurava seu nome!
Não se ouviam passos, nem respiração, apenas a sensação de estar noutro lado, leve, suave ..
Algures num lugar que dispensa a visão.
Na antecâmara entre sonho e realidade.
Sentia a pele tremula de afagos.
coberta de rendas, tecidas de segredos e pó de estrelas.
Num eco de música, fragmentado de goles de silêncio,
mariposeava-se, adentrando-se, além de si.
Longe ...
Na outra margem.
E há uma ponte de teias douradas,
entre os dois mundos.
A essência.
Anjos de enormes asas mornas,
chegaram, resgatando-la ...
dum obituário sentir.
Desistir!
De lá ...
Trouxe beijos nas pontas dos dedos,
e nos lábios, um poema antigo,
como se as palavras estivessem penduradas na fria manhã.
Acordou com um véu de fadas no olhar e ...
nas veias a sede de Amar.
Meus sentimentos são selvagens cavalos alados.
De longas e brancas crinas,dançam ao vento, num galopar desenfreado.
Sem rumo definido ou traçado ...
Vivo-os!Ao rubro.
Amando!
De ti me rasgo e dispo.
Re-invento.
Me despeço.
Re-vivo!
Indomável,
Existo!
Alma livre,
Permaneço!